Para celebrar o Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra Profissionais do Sexo, o Vivalocal entrevistou mais de 350 profissionais do sexo para perguntar sobre os desafios da profissão, dicas e o apoio de que precisam para se manterem seguras(os) enquanto trabalham.
O trabalho sexual, embora seja uma profissão como qualquer outra, pode apresentar muitos desafios. O que significa que a segurança nem sempre é garantida para os profissionais que atuam nessa área. E devido ao nível de violência que profissionais do sexo experienciam, a maioria também opta por não envolver a polícia quando um crime ocorre, com medo de estigmatização e falta de confiança no sistema.
O Dia Internacional pelo Fim da Violência Contra Profissionais do Sexo foi criado em 2003 por uma ex-trabalhadora do sexo americana, Dra. Annie Sprinkle. Este dia é celebrado anualmente no dia 17 de dezembro para promover a conscientização sobre crimes de ódio cometidos contra a comunidade e trabalhadores sexuais e para lembrar das vidas perdidas e a necessidade de lutar contra o estigma social que contribui para a violência contra profissionais do sexo.
Quais são os desafios que as trabalhadoras sexuais enfrentam?
Quando perguntamos às profissionais do sexo sobre alguns dos desafios que enfrentam em sua profissão, 76% responderam que seu maior desafio é perder tempo. Outros 32% lidam com pechinchas de preços, quase 25% com clientes que se recusam a usar proteção e 20% com comportamento violento.
Algumas profissionais do sexo também destacaram desafios como pessoas pedindo fotos grátis sem intenção de marcar um encontro, abuso e ameaças de clientes, e violência sexual.
Que tipos de violência as trabalhadoras sexuais podem sofrer?
De acordo com o resultado da nossa pesquisa, a forma mais comum de violência que profissionais do sexo vivenciam é ofensa online e offline, e foi vivenciado por 49% dos profissionais. Além disso, 38% das profissionais sofrem de assédio verbal e mais de 33% sofrem assédio moral.
“Durante um programa, um cliente começou a me ofender quando percebeu que não vão conseguir nada de graça”, disse uma trabalhadora sexual, enquanto outros profissionais mencionaram ter sido furtadas, assaltadas, sofreram com racismo, e com clientes sem educação, principalmente online.
Que dica você daria para profissionais do sexo se manterem seguras enquanto trabalham?
Que apoio você gostaria de receber de profissionais do sexo ou instituições para se manter segura na sua profissão?
Durante esse período, toda essa comunidade desafia os estigmas, a discriminação e a criminalização contra profissionais do sexo.
E somos parceiros de organizações que apoiam e aumentam a segurança de trabalhadores sexuais no Brasil:
Associação Fala Mulher que tem foco em combater a violência contra a mulher e buscar a igualdade entre gêneros.
ClientEye permite que profissionais do sexo denunciem clientes que desperdiçam tempo, não comparecem, fazem chamadas desnecessárias e com comportamentos abusivos e perigosos.
APROSBA atuando desde 1997 na luta pelos Direitos Humanos e trabalhistas das profissionais do sexo.
A luta por direitos continua. E se você está procurando ter mais segurança na sua profissão, leia os artigos no nosso guia de segurança, que foi criado para facilitar todos os profissionais do sexo a encontrarem ajuda.
Siga a hashtag #IDEVASW nas redes sociais no dia 17 de dezembro para obter mais informações sobre este dia.